Empreiteiro que tinha caderno com nome de Sérgio de Paula é preso pelo Gaeco

Política

Empresa tem contrato milionário com a Prefeitura de Sidrolândia, intermediado pela Agesul

O empreiteiro Cleiton Nonato Correia, da GC Obras de Pavimentação Asfáltica (CNPJ 16.907.526/0001-90), foi preso nesta quinta-feira (5) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), durante a 4ª fase da Operação Tromper, que investiga desvios milionários em obras no município de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande.

Também foram presos Claudinho Serra (PSDB) e seu assessor, Carmo Name Júnior.

A empresa é sediada no mesmo prédio de outra empreiteira — também alvo das investigações: a AR Pavimentação e Sinalização LTDA (CNPJ 28.660.716/0001-34), cujo proprietário é Edmilson Rosa, o Rosinha.

Ambos estão no centro das investigações que apuram esquema de corrupção no município, que era chefiado pelo ex-secretário de Fazenda, Claudinho Serra (PSDB) — ex-vereador em Campo Grande —, o qual também foi preso.

A empresa de Cleiton é a mesma na qual equipes do Gaeco apreenderam, em outra ocasião, caderno de anotações com o nome do ex-secretário-executivo de MS no Distrito Federal, Sérgio de Paula, que também já foi presidente do PSDB em MS.

Tratado como pupilo no PSDB, à época, Claudinho Serra também foi chefe de gabinete de Sérgio de Paula na Casa Civil do Governo de MS.

No entanto, Sérgio de Paula não consta como investigado na Tromper.

O nome ‘Claudinho’ também está na página de um dos cadernos, mas não fica claro se trata-se do vereador. Na frente do nome, aparece o valor ‘500.000,00′.

Sérgio de Paula, ex-presidente do PSDB-MS, com Claudinho Serra: ex-chefe de gabinete na Casa Civil. (Reprodução Assessoria de Imprensa/ claudinhoserra.com.br)

Já o nome de Sérgio aparece em uma página que trata de documentos para obras em Aquidauana e Sidrolândia, além de valores. O Midiamax fez contato com o secretário para saber que tipo de vínculos ele teria com os investigados e porque acha que seu nome está no material apreendido.

Em resposta, na época, a defesa de Sérgio de Paula encaminhou uma nota em que nega os fatos mencionados, mas se coloca à disposição das autoridades para esclarecimentos.

O nome de Sérgio de Paula é um dos mais cotados para a próxima vaga de indicação política para conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), sempre que o tema é levantado.

A próxima vaga, inclusive, será liberada ainda este ano, já que o conselheiro Jerson Domingos se aposenta em novembro, quando completa 75 anos.

Nome de Sérgio de Paula, ex-presidente do PSDB, aparece em anotações apreendidas na investigação que prendeu o vereador tucano Claudinho Serra. (Reprodução, e-Saj TJMS)

Empresas funcionam no mesmo endereço

Apesar de pertencerem a donos diferentes, a GC Obras e AR Pavimentação funcionam no mesmo endereço: Av. Marechal Deodoro, 4856, Aero Rancho, Campo Grande, MS.

Atualmente, a GC Obras de Pavimentação tem cerca de R$ 24 milhões em contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, sendo que um deles, de R$ 17 milhões, para asfalto, foi intermediado pela Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos de MS).

Já a AR Pavimentação tem R$ 22.428.363,99 em três contratos com Agesul, para pavimentação nas cidades de Figueirão, Rio Negro e Pedro Gomes.

Empreiteiras com contratos milionários em Sidrolândia dividem mesmo endereço, em Campo Grande. (Reprodução)

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Confira a lista de alvos, entre mandados de prisão e busca e apreensão:

  • Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho – ex-vereador de Campo Grande, ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia e apontado como chefe do esquema;
  • Mariana Camilo Serra – esposa de Claudinho Serra;
  • Arielle Sousa – ex-secretária de Esportes, esposa do vereador Cledinaldo Cotócio (PSDB);
  • Luiz Carlos Alves – ex-secretário de Saúde;
  • Jonas Kachorroski – engenheiro e ex-chefe do setor de planejamento urbano (Deplan);
  • Ivanir Rosane Dischkaln Areco, conhecida como “Baixinha” – diretora de Planejamento;
  • Cezar Pereira de Queiroz – conselheiro tutelar empossado para o mandato 2024–2028;
  • Barbara Fabricio Liçarassa – ex-chefe de compras e licitações da Secretaria de Saúde;
  • Janderson Coimbra – servidor da antiga gestão de Vanda Camilo;
  • Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa – ex-chefe da Licitação;
  • Thiago Rodrigues Alves – ex-servidor municipal;
  • Carmo Name Júnior – assessor de Claudinho Serra;
  • Cleiton Nonato Corrêa – empresário da GC Obras de Pavimentação Asfáltica (CNPJ 16.907.526/0001-90);
  • Edmilson Rosa (Rosinha) – AR Pavimentação e Sinalização LTDA (CNPJ 28.660.716/0001-34);
  • Vilma Cruz;
  • Willian Guimarães;
  • Godofredo G. Lopes;
  • Lidiane Cunha;
  • Sandra Aparecida;
  • Jéssica Lemes Barbosa;
  • Paulo Gonçalves;
  • Jarhad Carmo.

4ª fase da Operação Tromper

prefeitura de sidrolandia tromper claudinho serra
Prefeitura de Sidrolândia. (Arquivo, Jornal Midiamax)

O MPMS deflagrou a nova fase da operação após investigação descobrir que o esquema criminoso chefiado por Claudinho continuou mesmo após as fases anteriores.

Assim, essa nova etapa visa ao aprofundamento das investigações, que miram em fraudes em licitações e contratos administrativos da Prefeitura de Sidrolândia.

Além disso, são contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 20 milhões.

Entretanto, o grupo apurou que a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.

Nessa nova fase, foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de enormes quantias de propina a agentes públicos. Ainda, os crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes também foram descobertos.

As novas ‘batidas’ do braço investigativo do MP acontecem dois anos após a Tromper; ou seja, de lá para cá, foram três fases da operação, que revelou esquema de desvios milionários em contratos públicos na Prefeitura de Sidrolândia.

Claudinho Serra ocupou cargo de secretário de Fazenda, durante a gestão da sogra, a ex-prefeita Vanda Camilo. Faziam parte do grupo empresários e servidores, além do político.

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Fonte: midiamax.uol.com.br