O profissional denunciou assédio moral, homofobia e retaliações por parte de superiores e pede indenização de R$ 400 mil
A gerente envolvida em um caso de assédio em uma academia famosa de Campo Grande foi demitida nesta semana. O caso veio à tona no sábado (17), após um professor de musculação ser demitido ao entrar com um processo trabalhista contra a academia.
✅ Clique aqui e receba notícias pelo WhatsApp
O processo envolve assédio moral, homofobia e retaliações por parte de superiores. Após denunciar uma aluna pelo roubo de uma garrafa d’água, o professor descobriu que os chefes dificultavam a vida dele para obrigá-lo a pedir demissão da academia.
Dias após o caso vir à tona, o Jornal Midiamax obteve informações de que a gerente envolvida na denúncia foi demitida da academia nesta semana. Portanto, a mulher não integra mais o quadro de funcionários.
Entenda o caso
Ao Jornal Midimax, o professor de musculação contou que sempre sentiu um tratamento diferenciado da chefia, mas tudo ficou pior quando ele denunciou uma aluna da academia pelo roubo de uma garrafa d’água.
“Além de eu ter sido roubado, eu não tinha o direito de ir atrás do meu objeto roubado, porque o ‘cliente tem sempre a razão’, de certa forma ia trazer ali um negócio negativo para a academia. Eu fui praticamente obrigado a ficar calado. Eu consegui recuperar a garrafa, e aí depois disso eu senti que as coisas pioraram muito”, relatou.
Ele ainda falou que, um dia, chegou atrasado e foi obrigado a fazer exercícios na frente dos alunos como punição. As retaliações foram descobertas após o professor precisar usar o computador da gerência depois de um problema na internet da academia.
“Quando eu vi, o computador estava ligado — só estava desligado pelo monitor — e a conversa estava aberta com o chefe dela, que é o diretor de operações da academia. Aí eu pude constatar tudo aquilo que eu sofri durante todo esse tempo”, diz à reportagem.
“Ela usava termos como ‘viadinho’, como ‘vagabundo’, como ‘mau-caráter’, ela bolava um plano para que eu me desestabilizasse e pedisse as contas; ela até chegava a comentar que ela ia me aplicar advertências com o intuito de fazer eu sair da academia sem receber acerto”, relata.
A justificativa para não mandá-lo embora seria porque a rescisão ficaria muito alta, cerca de R$ 7 mil, e o professor ‘não merecia aquele valor’, conforme a chefe. Por isso, esperaria até este mês para demiti-lo.
Além dos casos citados, a vítima ainda afirma que recebia benefícios menores do que os outros professores, era obrigado a manipular a avaliação dos clientes e recebeu as férias fora do prazo legal. Ele foi demitido na sexta-feira (16), após entrar com um processo trabalhista contra a academia.
Na ação, ele descreve os abusos sofridos e pede indenização de R$ 400 mil pelos atos de assédio e injúria homofóbica.
***
Fonte: midiamax.uol.com.br